sábado, 17 de setembro de 2016

Estátuas que choram na América Latina: milagre ou fraude?



Um dos grandes mistérios do mundo cristão é o fenômeno das estátuas que choram sangue, óleos ou essências. 

  

Embora na maioria das vezes esses fatos sejam desprezados pelos altos escalões do Vaticano ou considerados farsas, muitas pessoas os associam a mensagens divinas e fazem peregrinações para vê-los de perto.


Os relatos desses eventos geralmente envolvem imagens da Virgem Maria e podem ser acompanhados por aparições. No entanto, apenas um dos casos recebeu crédito do Vaticano; os demais foram declarados falsos, mas ainda recebem visitas de fiéis e testemunhas do fenômeno.


O único caso de estátua que chora sangue reconhecido pelo Vaticano aconteceu no Japão, em 1973, na cidade de Akita. Segundo relatos, Nossa Senhora apareceu para a freira Agnes Katsuko Sasagawa pedindo que rezasse mais; em seguida, a estátua começou a chorar. O fenômeno foi exibido pela televisão em rede nacional no Japão.


Na América Latina há relatos de diversos episódios do gênero: Paraguai, Equador e Venezuela são só alguns dos países que registraram casos de imagens de santas que choravam sangue ou vertiam óleo.


A Virgem que realiza milagres e verte óleo no Paraguai


Fiéis do bairro de San Isidro, em Villeta, no Paraguai, garantem que uma pequena estátua de Maria Rosa Mística expele óleo desde 2011. O fenômeno é considerado uma bênção, e acredita-se que o líquido possui poderes terapêuticos. As pessoas curadas por ele construíram um santuário em agradecimento à santa.


María Magdalena Arrúa de Rodas, que abriga a estátua em sua casa, contou que a virgem apareceu para ela quando se tratava de um câncer em um hospital. Pouco tempo depois, a estátua começou a verter uma substância oleosa, atraindo fiéis que passaram a deixar todo tipo de oferendas. 



Maria Rosa Mística revelou mensagens a uma jovem no Equador


Em 1988, quando tinha 16 anos, Patricia Talbott declarou ter visto uma aparição da Virgem Maria. Segundo seu relato, seu quarto foi inundado por uma luz brilhante e a figura de uma bela mulher conversou com ela. 


As mensagens e aparições continuaram até 1990, mas a partir de 1989, as imagens que Patrícia tinha da Virgem começaram a chorar lágrimas de sangue e a expelir óleos.


Em uma dessas aparições, a Virgem pediu a Patrícia que instalasse seu santuário em outro lugar, onde os fiéis poderiam chegar mais perto e receber as suas bênçãos. Patricia criou um novo santuário e organizou uma peregrinação para celebrar o primeiro ano de sua primeira aparição. 


A Virgem que chorava sangue na Venezuela


Em 2003, em uma capela em Caracas, na Venezuela, centenas de pessoas passaram a visitar uma estátua da Virgem que chorava sangue, acreditando ser uma mensagem de paz contra a guerra entre Estados Unidos e Iraque. A imagem participou de diversas procissões e percorreu vários países católicos sul-americanos.


A irmã Maritza, membro da ordem religiosa Servidores de Jesus, afirmou ser impossível saber quais eram os planos de Deus, mas que o fenômeno “evidentemente era um alerta contra a guerra”. 


Milagre ou fraude? 


Há quem acredite que mistérios religiosos desse tipo são uma estratégia para atrair fiéis aos santuários para que deixam oferendas como dinheiro e objetos de ouro, que depois são roubados por quem se aproveita da fé alheia. 



Os mais céticos os consideram truques, mecanismos internos instalados no interior das estátuas, desacreditando que fenômenos tão fantásticos possam acontecer.



No entanto, embora algumas fraudes tenham sido comprovadas, muitos casos não têm explicação científica. 


Uma das hipóteses defende a presença da bactéria Serratia Marcescens (cuja pigmentação é semelhante à do sangue humano), que poderia se desenvolver no interior da peça e cair como fluido pelos orifícios diminutos dos olhos das estátuas. 

  

No entanto, não é uma explicação válida, porque em alguns casos, trata-se mesmo de sangue, e não de uma bactéria.








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