sábado, 9 de julho de 2016

O Exorcista, veja o suposto caso real que inspirou o filme


A história de Regan MacNeil em 'O Exorcista' foi baseada num suposto caso real (Foto: Reprodução)

Pouca gente sabe, mas 'O Exorcista' foi inspirado na suposta história de um garotinho de 13 anos que teria vivido em 1949 na cidade de Cottage, em Maryland, nos Estados Unidos. Na época, jornais locais espalharam terror com as notícias de uma possessão demoníaca na cidade, todas baseadas em fontes anônimas.

Robbie Manheim ou Roland Doe (a Igreja Católica mudou o nome do garoto depois do evento) vinha de uma família devota à Igreja Cristã Luterana e, como era filho único, foi privado de diversão com outras crianças de sua idade por conta da 2ª Guerra Mundial, já que não podia sair de casa. Seu tutor, conhecido como tio Harret, era sua única companhia.

Harriet era espírita e lhe apresentou uma tábua Ouija para que Robbie pudesse se comunicar com os mortos, desde que ele seguisse a religião.

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Por volta de 1948, o tio Harriet morreu e, desolado, Robbie teria tentado contatá-lo diversas vezes utilizando o instrumento que ganhara de presente. Poucos dias depois, os pais do garoto começaram a ouvir estranhos barulhos durante a noite, assim como passos no sótão da casa e ruídos de assoalhos sendo arranhados. Os eventos começariam a ficar mais bizarros quando Robbie, que já apresentava comportamento estranho, passou a mexer móveis com a força do pensamento, além de ter destruído um vaso de água benta que estava em sua cabiceira, mesmo estando completamente amarrado.  

Assustada, a família contatou o pastor luterano Luther Miles Schulze pedindo ajuda. O religioso chamou, posteriormente, médicos, psiquiatras e psicólogos para avaliar o comportamento do menino, mas todos saíram sem respostas.

Em 17 de fevereiro de 1949, Schulze levou Robbie para dormir em seu dormitório e o colocou ao seu lado na cama, amarrado. Durante a noite, o reverendo relatou que, enquanto dormia, os móveis e cobertores mudaram de lugar, além de estranhas rachaduras terem aparecido em todo o prédio. Uma pesada cadeira de aço também foi arremessada contra a parede pelo garoto, que milagrosamente teria se livrado das amarras.

Acreditando que Robbie estava possuído, Schulze chamou o padre católico romanoEdward Hughes para performar um exorcismo no hospital da Universidade de Georgetown, uma instituição jesuíta. Já na primeira sessão, Robbie fez um ferimento grave no padre e o ritual teve que ser interrompido.

Quando Robbie foi para casa descansar, seus pais notaram que em seu corpo havia dizeres feitos com sua própria pele com palavras profanas, como "inferno" e "Satan".

A família então pegou um trem para St. Louis, onde se encontraram com o padre Raymond J. Bishop e o reverendo William S. Bowdern, ambos da Igreja Católica, que assumiram o caso. Juntos, eles notaram que o garoto tinha aversão a elementos sagrados, tais como água benta, Bíblias e crucifixos.

Após pedir permissão para realizar novos rituais, o padre Walter Halloran performou o exorcismo na ala psiquíatrica do hospital da Universidade de St. Louis. Nas 30 sessões diárias, Halloran chegou a quebrar o nariz, dada a força descomunal que ele dizia que Robbie tinha enquanto estaria com o diabo no corpo.

No 30º dia de exorcismo, em 18 de abril de 1949, Robbie teria "acordado", dizendo não se lembrar de nada. A família mudou de casa e, segundo relatos, o garoto não foi mais atormentado.

Como prova do caso estão os testemunhos do padre Halloran - que posteriormente disse aos jornalistas que foi muito manipulado pela imprensa para dizer o que as pessoas queriam ouvir - e os diários feitos tanto no hospital da Universidade de Georgetown quanto na Universidade de St. Louis.

Em 1997, o escritor Mark Opsasnick fez um profundo trabalho de investigação sobre o caso, levantando testemunhos contraditórios tanto de Halloran quanto dos jornalistas que cobriram o caso em Georgetown. Ele concluiu no livro que as histórias se entrelaçam todo o tempo. Enquanto uma parcela das pessoas que acreditam na existência de Robbie fala que ele viveu em Cottage, outros afirmam que ele era, na verdade, um cidadão de Mount Rainier, também em Maryland.

O primeiro jornal a relatar a história do exorcismo foi o 'The Washington Post', que usava, basicamente, relatos de Luther Miles Schulze, o primeiro pastor a atender o garoto. Outras publicações, como o 'The Evening Star', além dos jornais locais de Mount Rainier, apenas usavam uma série de suposições em cima da história.

Em 20 de agosto, o 'The Washington Post' publicou um enorme relato do caso, citando agora os nomes dos padres envolvidos no exorcismo. Segundo eles, durante o ritual, Robbie gritava como "um carneiro sendo abatido" e só falava em latim. Foi esse artigo que inspirou o escritor William Petter Blatty a escrever o romance 'O Exorcista', que deu base para o longa.
 

Fonte: revistaquem

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