© image/jpeg Ufo at night
Era uma noite estrelada, em 19 de maio
de 1986. Às 23h15, chegou a informação de que a torre de controle de São José
dos Campos, no interior de São Paulo, havia avistado luzes de cores amarelo,
verde e laranja se deslocando sobre a cidade. Ao mesmo tempo, sinais foram
detectados no radar em solo. O primeiro a observar o fenômeno foi o coronel
Ozires Silva, então recém-nomeado presidente da Petrobras (antes, tinha
comandado a Embraer). Ele estava a bordo do avião Xingu PT-MBZ e viu uma dessas
luzes. “A visibilidade era uma beleza. Uma noite toda estrelada, típica do mês
de maio. E entre as estrelas eu vi um clarão, um objeto ovalado. Parecia um
astro. A diferença é que astro não aparece no radar”, disse o fundador da
Embraer numa entrevista. “Voei na direção dele. E, enquanto me aproximava, ele
começou a desaparecer.”
Às
0h39, foi acionada a aeronave de alerta da defesa da Base Aérea de Santa Cruz,
no Rio de Janeiro. O jato de caça partiu rumo a São José dos Campos, guiado
pela detecção de sinais intermitentes no radar da torre de controle. A uma
altitude de 5.200 metros, o piloto avistou uma luz branca abaixo de seu nível
de voo. Posteriormente o objeto foi subindo e se posicionou 10 graus acima da
aeronave de interceptação. Ambos começaram a aumentar a altitude, e o caça o
perseguiu até os 10 mil metros. No trajeto, a luz por um momento mudou de
branca para vermelha, depois verde e novamente branca, permanecendo nessa cor.
O radar do caça detectou o objeto, que indicava estar de 10 a 12 milhas de
distância (16 a 18,2 km), voando na direção do mar.
A
perseguição prosseguiu até a aeronave atingir o ponto de não-retorno (que
significa que não haveria combustível suficiente para voltar à base de origem).
Como não houve aproximação efetiva, decidiu-se pelo fim da caça. Menos de 30
minutos depois, detecções de eco de radar começaram a ser feitas sobre a região
de Anápolis, Goiás. Os sinais de radar eram mais confiáveis, davam direção e
velocidade de deslocamento dos objetos. À 1h48, um segundo caça, dessa vez
partindo da Base Aérea de Anápolis, subiu aos céus para investigar. O piloto
chegou a obter contato pelo radar da sua aeronave, mas não conseguiu ver nada.
Parecia uma perseguição absolutamente desleal. Enquanto o jato voava como um
avião, em velocidade supersônica, o objeto tinha um nível de agilidade
incompatível com aeronaves terrestres. Voava em zigue-zague, ora se aproximava,
ora se afastava, mesmo estando mais rápido que o caça. Por fim, ao perder
contato por radar, o avião retornou à base. Em compensação, no Rio de Janeiro,
a mobilização continuava. Um segundo caça decolou à 1h50 na direção de São José
dos Campos e avistou uma luz vermelha de onde emanava o sinal de radar
detectado em solo. Perseguiu-a por alguns minutos, sem conseguir se aproximar,
até que ela se apagou.
Simultaneamente,
apareceram nada menos que 13 diferentes registros do radar em solo na traseira
da aeronave. O piloto fez uma volta de 180 graus para tentar observá-las, mas
nenhum contato visual ou com o radar de bordo foi efetuado. Uma segunda e uma
terceira aeronaves decolariam de Anápolis, às 2h17 e às 2h36, sem obter
qualquer tipo de contato. Os interceptadores lá no Rio foram pousando conforme
sua autonomia chegava ao fim. O último recolheu-se à base às 3h30. No resumo do
relatório assinado naquele ano pelo brigadeiro-do-ar José Pessoa Cavalcanti de
Albuquerque, então comandante interino do Comdabra (Comando de Defesa
Aeroespacial Brasileiro), os militares tiram conclusões definitivas. Primeiro,
sobre a natureza dos objetos perseguidos e observados, capazes de “produção de
ecos radar, não só no sistema de Defesa Aérea, como nos radares de bordo dos
interceptadores (…), variação de velocidade de voo subsônico até supersônico,
bem como manutenção de voo pairado, variação de altitudes inferiores a 5 mil
pés (aproximadamente 1.500 m) até 40 mil pés (aproximadamente 12 mil metros),
emissão de luminosidade nas cores branca, verde, vermelho, e outras vezes não
apresentando indicação luminosa, capacidade de aceleração e desaceleração de
modo brusco, capacidade de efetuar curvas com raios constantes, bem como com
raios indefinidos”.
Não
é preciso dizer que esse conjunto de qualidades não existe em nenhuma aeronave
cujo princípio de operação seja dominado pela ciência terrestre. Da forma
cautelosa, como seria peculiar a um documento de origem militar, o relatório
termina da seguinte maneira: “Como conclusão dos fatos constantes observados,
em quase todas as apresentações, este Comando é de parecer que os fenômenos são
sólidos e refletem de certa forma inteligências, pela capacidade de acompanhar
e manter distância dos observadores como também voar em formação, não
forçosamente tripulados.” Foi a afirmação mais contundente sobre ovnis já feita
pela Força Aérea Brasileira.
FONTE: msn
Nenhum comentário:
Postar um comentário