segunda-feira, 3 de junho de 2024

Túmulo da Garotinha Maria Gilda, a sepultura que enche de água mesmo em tempos de seca

 Dentro do cemitério municipal de Santa Leopoldina (Cidade do Estado do Espirito Santo, fundada em 17 de abril 1887, com uma população atual de 12885 habitantes aproximadamente, segundo dados do IBGE em  pesquisa realizada no ano de2015),  um fato curioso chama atenção até hoje e atrai enfermos em busca de cura: o túmulo de Maria Gilda, que enche de água há mais de 90 anos. A história passada entre as gerações conta que a menina morreu afogada em uma bacia quando tinha menos de 5 meses de idade. 

O surpreendente da história é que mesmo em períodos longos de estiagem, a água continua na sepultura da criança. O mistério em volta do túmulo atrai turistas e ajudou a manter ativo o Circuito de Cemitérios até 2011, uma rota que visava valorizar personalidades no Estado enterradas em Santa Leopoldina.

Maria Gilda nasceu em 04 de setembro de 1922, a menina partiu deste mundo em 19 de janeiro de 1923. Nesse fatídico dia a garota era banhada por sua avó, a senhora Maria Zelinda Avancini, em uma bacia com agua. Dona Maria havia saído do local para buscar uma toalha, quando voltou, a garotinha já havia se afogado e estava morta.

Jefferson Rodrigues, guia de turismo da região, conta que não foi feito um estudo aprofundado sobre a água na sepultura de Maria Gilda. “É curioso porque, se observarmos, o túmulo fica acima da terra em uma barra de concreto. E como tem água? Muita gente fala que é o coveiro, mas seria uma tradição de muito tempo se fosse verdade”, acrescenta.

Maria Gilda fazia parte de uma das famílias mais tradicionais da cidade, os Reinsen. A avó, Dona Maria, era a mulher mais caridosa que o município já teve, segundo o livro “O Município de Santa Leopoldina”, do escritor Francisco Schwarz. “O sepultamento (ao lado de Maria Gilda), foi o mais concorrido dos já realizados na cidade”, relata. 

A história da água permanente na parte oca do túmulo de Maria Gilda chamou a atenção de muitas pessoas, que consideravam o fato um milagre. Por muitos anos, caravanas foram feitas até Santa Leopoldina com pessoas doentes em busca de cura.

Segundo o antigo coveiro do cemitério municipal, o aposentado Luciano Lichtenheld, de 70 anos, várias pessoas visitavam o município em busca da “água milagrosa”. “Veio uma senhora de Vitória e disse que o marido dela foi curado de câncer. Alguma coisa tem naquela água”, lembra.

Jefferson explica, porém, que atualmente não é recomendado que as pessoas bebam a água do túmulo de Maria Gilda. “A Secretaria de Saúde joga um produto para evitar a proliferação do mosquito da dengue. Já pensaram até em perfurar o túmulo para a água sair. Mas isso é tradição e a gente precisa preservar o que é da cultura”, acrescenta.

Fonte: agazeta.com.br